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Literatura Deuteronomista: Cronologia do Próximo-Oriente

Atualizado: 22 de mar. de 2022


Foto: Arad, Santo dos Santos. Crédito: Maria Lujan.

Época do bronze médio 2000-1550

· (2000-1750) Metade do império egípcio, XIIa dinastia. Neste período Hamurabi faz da Babilônia sua capital. Chegada de Abraão em Canaã (Harã)

· 1750-1550 XIIIa-XVa dinastia. Cidade- estados cananeias. Época dos patriarcas.


Idade do Bronze recente 1550-1150

· 1550-1400 Novo Império Egípcio início XVIIIa dinastia. Auge da cultura dos cananeus.

· 1400-1330 Novo Império Egípcio final da XVIIIa dinastia.

· 1300-1150 XIXa-XXa dinastia. Ramsés II (1300-1235) “construiu” Pi-Ramsés. Moisés e os hebreus se encontram no Egito. Segue êxodo pelo deserto do Sinai Chegada dos “Povos do Mar” na Palestina: os Filisteus constroem cinco cidades Gath.


Idade do Ferro 1250-600

· 1250-1100 Em Canaã acontece um período de desorganização e transformação social. Hazor é destruída “Conquista”, época dos Juízes, início da realeza.

· 1100-1000 Novas cidades cananeias. “Monarquia unificada”. (Reinos de Davi e Salomão). Separaçao do grande reino: Israel ao Norte e Judá ao Sul.

· 732 Hazor é destruída uma segunda vez pelos Assírios.

· 720 Queda do Reino do Norte conquistado pelos assírios.

· 704 Senaqueribe, rei da Assíria, estabelece sua capital em Nínive.

· 622 O rei Josias tenta refazer a unidade entre Israel e Judá.

· 609 Em Meguido, Josias, rei de Judá, é morto pelo faraó Neko II.


Época babilônica 600/587-539

· 597 Queda de Judá e tomada de Jerusalém por Nabucodonosor II, rei da Babilônia e deportação para a Babilônia de uma parte da população. (Na Pérsia, início da dinastia de aquemênidas).


Período Persa 539-333

· 300 Construção pelos samaritanos de um templo sobre o monte Garizim


Período helenístico 330-63 a.C

· Beth-Shean se torna uma das cidades da decápole e se desenvolve dentro do vale do Jordão.


Período romano 62ª.C-350 d.C.

· 17 a.C- Herodes, o grande (37-4) reconstrói o templo de Jerusalém e constrói duas fortalezas.

· 30 Morte de Jesus sob o reinado de Herodes Antipas (4ª.C-39 d.C), que edifica a cidade de Tiberíades, no ano 18

· 53-57 Paulo tem estadia em Éfeso

· Nos anos 58-60 Paulo está prisioneiro em Cesareia, antes de partir para Roma.

· 66-70 Primeira guerra judaica. O templo é destruído no ano 70. Os manuscritos de Qunran são guardados nas grutas, próximo ao Mar Morto.

· 73 Fim do cerco em Massada pelos romanos.

· 133 O imperador Adriano nomeia Éfeso capital da província romana na Ásia.

· 132-135 Segunda guerra judaica. O judaísmo rabínico se edifica na Galileia, particularmente, na cidade de Séforis.

· 431 Terceiro concílio ecumênico em Éfeso.


Informes sobre a reforma de Josias [1].

· Em 622, no 18o aniversário de Josias, ocorre a revolução narrada em 2Rs 22-23. Esta reforma parece ter tocado dois importantes cenários sociais: estabiliza as conquistas e os projetos de 640. Por outro lado, passa a existir uma forte concentração de toda a sociedade em Jerusalém.

· Em 640 aos assírios estão enfraquecidos. O poder não consegue mais controlar com veemência o largo império. O império egípcio, por sua vez, ainda não se movimenta no desejo de substituir a dominação assíria. Há um vácuo no cenário nacional que será ocupado por Josias. Aos olhos dos israelitas a reforma de Josias tem uma certa sombra imperialista. Seu desejo é de transformar a cidade de Jerusalém em um grande centro internacional.

· Em 609, a reforma de Josias encontra seu fim trágico. Josias encontra a morte ao tentar opor-se ao imperador egípcio Neko II, em Megido.

· Morto Josias, o “povo da terra” volta a intervir. Joacaz é feito rei, em 609. Mas três meses depois será deposto por forças egípcias, por desconfiança. Segundo o profeta Jeremias 22,10-12, o rei teria morrido no Egito.

· Os egípcios jogam pesado na região ao impor como novo soberano Jeoaquim (2Rs 23,31-24,17). Seu nome era Eliaquim, mas por submissão vê seu nome trocado por Jeoaquim. Para se manter no poder teve que cobrar elevadas taxas do “povo da terra”. Podemos imaginar o conflito interno. Para impor-se foi obrigado a recorrer a repressão. O tempo de Manassés estava de volta.

· Jeoaquim se mantem no poder graças ao rei do Egito. O avanço babilônico era evidente, e Jeoaquim, ao se ver entre o Egito e Babilônia, escolhe Babilônia. Mas tão logo se retiraram os soldados babilônicos, Jeoaquim se declara independente, possivelmente sendo pressionado pelo “povo da terra”. Em meio a esta política de idas e vindas, Jeoaquim morre em 598. O pior estava por vir. Seu sucessor Joaquim irá beber do cálice amargo da derrota e exílio.

· No reinado de Joaquim ( também chamado Jeconias), impera uma politica antibabilônica iniciada por seu pai. Três meses no trono, foi o tempo para o rei e sua corte verem de perto as tropas babilônicas cercarem Jerusalém. Os egípcios tinham total interesse na Palestina submissa. O controle da região impedia o avanço das forças egípcias. Joaquim se entrega aos babilônicos (cf. 2Rs 24,10-17). O rei e sua corte foram deportados, juntamente com cerca de 10 mil pessoas (cf. 2Rs 24,14.16). O objetivo era de controlar a região e desmilitarizar as forças militares de Judá.

· No lugar de Joaquim, exilado, os babilônicos coroaram Matanias (2Rs 24,17-25,21). E para que não houvesse dúvidas sobre a origem real, trocaram o nome para Zedequias. Este foi o último rei davídico em Jerusalém (597-587). Os exilados não o conheceram. No exílio os hebreus continuaram a considerar Joaquim/Jeconias como rei legítimo (Ez 1,2 e 2Rs 25,27-30).

· Ao negar o pagamento de impostos aos babilônicos Zedequias, com toda certeza, apoiado pelo povo da terra (2Rs 25,19), justifica a segunda ocupação babilônica, ocorrida em 587. Após longa resistência, abre-se uma brecha no muro e Jerusalém é conquistada em 587. Jerusalém é destruída por ordem de Nabucodonosor. Seus muros vem abaixo. Os que sobraram eram camponeses. Até o ano de 450, a cidade não deixou de ser uma só desolação, época em que Neemias patrocinou a restauração dos muros de Jerusalém.

· Em suma, em 597, 587 e em 582 terão sido deportados cerca de 15 mil pessoas, oriundas de Jerusalém. O exilio babilônico é um exílio de “cidadãos”, porém submetidos ao regime de “servos” e “escravos” (cf. Is 42,1 e 44,2).

· Por estarem agrupados, puderam continuar a preservar sua língua, seus ritos, seus costumes, sua religião. Mantiveram, pois, sua identidade de deportados de ordem comum. Os babilônicos devem ter definido quotas para a entrega de produtos e tributos.

· Mais ou menos 15 mil pessoas viviam na Babilônia. Trata-se de 10% da população de Judá e Jerusalém antes de 597. Contudo a grande maioria permaneceu na terra.

[1] Cf. Schwantes, Milton. Sofrimento e Esperança no Exílio: história e teologia do povo de Deus no século VI a.C. São Leopoldo/RS, Oikos, 2007. Estas anotações foram colecionadas na obra citada de Schwantes.

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Notas/ITESP - Cronologia do Próximo-Oriente – Frizzo – Mar/2017

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